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Às vezes, dói no ouvido, mas está certo...



“A maioria dos alunos foram mal na prova”. Leia a frase em voz alta. Doeu no ouvido? No meu, dói. Mas essa forma de concordância é considerada plenamente correta. “A maioria dos alunos foi mal” também estaria certa. E soa bem melhor, não? Essa preferência da nossa audição pela segunda opção acontece, acredito, porque é a mais usual em veículos de comunicação. É também mais afeita à norma culta.


Mas valem algumas explicações. Em frases que contenham “grande parte de”, “grande número de”, “uma porção de”, “a maioria de”, “a minoria de” e outras das chamadas expressão partitivas, o verbo pode concordar com o núcleo do sujeito no singular que expressa quantidade, entretanto, aceita igualmente a concordância com o elemento especificador, ou seja, o termo no plural (alunos, pessoas, crianças...).


Perceba, porém, uma sutileza. Ao conjugar o verbo no singular, a ênfase vai para a noção de conjunto, de grupo, com foco na expressão “a menor parte”, “boa parte”, “mais da metade”. Conjugando-se no plural, são enfatizados os elementos que formam o grupo (condôminos, sindicalistas...).


Se conselho fosse bom, o meu seria para optar pelo singular, que é mais utilizado, pelo menos formalmente.


E importante: quando a expressão de quantidade (maioria, parte) não for seguida de substantivo no plural (pessoas, alunos, professores...), o verbo obrigatoriamente fica no singular: “A maioria foi bem na prova”.

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