Sua mãe se recusava terminantemente a comprar aquele brinquedo que você tanto queria. “Pão-dura!”, era sua reação. Além de não ganhar o presente e da sua falta de educação, você infringia também as regras da Língua Portuguesa. Pão-duro, sinônimo de sovina, avarento, é um adjetivo comum aos dois gêneros, ou seja, não tem flexão para masculino ou feminino. Sua mãe, portanto, foi pão-duro mesmo.
Nesse caso, é preciso observar que o “duro” concorda com o “pão” e não com o sujeito – ou sujeita – que tem escorpiões no bolso. Conta a lenda que o termo teve origem em um mendigo carioca, que, no início do século passado, implorava aos transeuntes um pedaço de pão duro. Quando ele morreu, descobriu-se que tinha uma boa soma em dinheiro.
Assim, ser pão-duro não é ser pobre. O pobre pode ser generoso e o rico, mão-de-vaca, como tão bem sabemos. Sim, há muitos afortunados pães-duros. Opa, e assim você conheceu também o plural de pão-duro...
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