O mundo corporativo continua machista. E racista.
Dados do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, divulgado nesta segunda (25) pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego, mostram que as mulheres ganham 19,4% a menos que os homens no Brasil.
Inédito, o levantamento foi consolidado a partir das informações preenchidas no eSocial, o sistema federal de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Ao todo, 49.587 empresas com 100 ou mais funcionários do Brasil preencheram as informações relativas a 2022.
A exigência do envio de dados atende a uma lei de 2023, que trata da igualdade salarial entre mulheres e homens. As empresas de direito privado com 100 ou mais empregados que não apresentarem os dados para o relatório duas vezes ao ano estarão sujeitas à multa.
Além de as mulheres ganharem menos que os homens, a distância salarial varia ainda mais conforme o grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença de remuneração chega a 25,2%.
O Ministério das Mulheres destaca que, no recorte por raça/cor do relatório, as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho (2.987.559 vínculos, 16,9% do total), são as que têm renda mais desigual.
A remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média de remuneração dos homens não-negros, que é de R$ 5.718,40. As mulheres negras também ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.
Esses são apenas alguns dos preocupantes dados contidos no relatório. A íntegra pode ser conferida aqui.
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