Até meados do século 20, o chique no Brasil era falar francês. Não é à toa, portanto, que vocábulos como buffet, purée, crochet, maillot, nécessaire, coupon, garage, toilette, chauffeur e matinée se incorporaram ao nosso idioma (muitos deles devidamente aportuguesados). Foi a época do galicismo, como chamamos os estrangeirismos provenientes da língua francesa.
Aos poucos, o inglês foi ganhando cada vez mais espaço por estas bandas. Então trocamos o galicismo pelo anglicismo. Donde que, hoje, usamos com a maior naturalidade air bag, delivery, mouse, diet, check-in e fast food. E algumas palavras nem parecem que tiveram origem inglesa, de tão familiares que se tornaram, como basket (basquete), pancake (panqueca), beef (bife) e volley (vôlei). E, claro, nosso amado futebol.
Vá lá... A língua é viva e a interação com outros idiomas é bem-vinda, enriquecedora. Desde que não se exagere, claro. Sem purismos, que fique entendido. Mas, para se mostrar descoladas, muitas pessoas adoram enfiar, no dia a dia, vocábulos em inglês que poderiam facilmente ser usados em bom português. Vide principalmente jargões do mundo corporativo e da comunicação.
Às vezes, é preciso a tecla SAP, ou um dicionário inglês-português, para entender as conversas dessa turma, recheadas de account (conta), budget (orçamento), brand (marca), cashflow (fluxo monetário), outsourcing (terceirização), report (relatório), home office (escritório em casa), market share (fatia de mercado), networking (rede de contatos) e por aí vai.
Importante seria termos em mente que os empréstimos linguísticos só fazem sentido quando é muito difícil encontrar um termo equivalente no nosso próprio idioma. Será que acertei o target?
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