Os pernilongos me adoram. Dizem os especialistas que uns indivíduos realmente atraem mais esses insetos hematófagos que outros. Descrevem lá alguns motivos, mas isso não vem ao caso. Por curiosidade, recorri ao Google para saber quanto sangue um mosquito é capaz de sugar em cada picada: cerca de 0,0025 mililitro. Para nós, parece pouco, porém, para o danado do bichinho, esse volume é suficiente para aumentar o seu peso em até três vezes.
Ontem, por exemplo, pelos meus cálculos, chutando por baixo, tomei sete picadas. Ou seja: fui furtado em 0,0175 mililitro de sangue. Considerando que eu tenha recebido uma picada em média a cada dia da minha, e levando em conta que vivi, até hoje, aproximadamente 20 mil dias, chego à conclusão que já “doei” aos pernilongos quase 50 mililitros de sangue. É pouco, eu sei, mas é meu! Ou era, no caso...
Um ser humano adulto tem de 5 a 6 litros de sangue. Seriam necessários, portanto, cerca de três milhões de mosquitos picando o sujeito simultaneamente para esgotar seu estoque. Sendo assim, tranquilize-se, que isso jamais acontecerá com você. Se bem que essa transformação climática pode trazer consequências que a gente nem imagina. Mas sejamos otimistas. A chance de ter seu sangue totalmente sugado por pernilongos inexiste.
E já que entramos no terreno das curiosidades aleatórias, sabia que há mais de 2.500 espécies de mosquitos? A grande maioria se alimenta de plantas e néctar de frutas. Nos 6% das espécies que são hematófagas, apenas a fêmea suga o sangue de seres humanos e animais para desenvolver os seus ovos. E ela utiliza um complexo mecanismo para isso, que envolve seis agulhas, cada uma com sua função, que vão de serrar a pele até injetar saliva para anestesiar o local.
Ao final desse processo, aí sim a pernilonga suga o sangue. É nesse ponto que eu entro, considerado que sou pela mosquitada como um enorme restaurante de fast food. É incrível. Estou de boa, sofrendo com o Corinthians na TV, e do nada uns quatro pontos do meu corpo começam a coçar simultaneamente. É tipo a Blitzkrieg que os nazistas usaram durante a 2ª Guerra Mundial. Não tem como se defender.
Até bem pouco tempo, podia me gabar de pelo menos não ter sido infectado por doenças como a dengue, que os mosquitos transmitem. Essa pose já perdi. A dengue me pegou. Foi de leve, ainda bem. Mas fiquei como os torcedores do Santos, que se orgulhavam de nunca terem caído para a segunda divisão e agora têm que lidar com a nova realidade. Enfim, sigamos à base de repelentes e inseticidas. Pena que eles não possam ser usados para livrar o Timão da segundona...
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