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A história do amigo que escorregou na crase em pleno Dia das Mães...


Um amigo, num grupo de WhatsApp do qual participo, resolveu neste domingo prestar sua homenagem às mães. “Parabéns à todas as mamães do grupo”, escreveu ele. O que me inspirou a tocar num dos temas que considero dos mais espinhosos da língua portuguesa: a crase! Cheia de regras, cheia de exceções, com alguns usos facultativos, a crase é sempre motivo de dúvida. Eu, vira e mexe, pesquiso para confirmar se devo ou não usar esse acento grave. E é o que aconselho sempre: se tem dúvidas, pesquise!

Enfim, o acento grave é o sinal gráfico que indica que há a crase, ou seja, o encontro, da preposição “a” com o artigo feminino “a”. Assim, a + a = à. Do mesmo modo, se trocarmos o artigo feminino “a” pelo masculino “o”, teremos a preposição “a” + o artigo “o” = ao. Sabendo disso, é fácil perceber que meu amigo usou a crase de forma equivocada. Imagine que fosse o Dia dos Pais. Ele escreveria: “Parabéns a o todos os papais”? Claro que não.

Imagine agora que meu amigo deixasse o “todas” de lado. Ele poderia ter escrito: “Parabéns às mamães do grupo”. Aí sim a crase estaria correta, porque: preposição “a” mais artigo “as” = às. Sempre faço a analogia com o masculino para tirar dúvidas. Assim: “Parabéns aos papais”, porque a + os = aos. Se eu uso o artigo masculino, usaria também o feminino. O que justifica a crase. Mas lembre-se: cuidado com as exceções. Portanto, mais uma vez: pesquise!

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